Outro

PROJETO, DESENVOLVIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DE UM ROBÔ NADADOR DE INSPIRAÇÃO BIOLÓGICA
22-01-2014

E se fosse possível desenvolver robôs capazes de nadarem como um peixe? Estudo inovador de mestrando ISEP desvenda potencialidades da robótica de inspiração biológica.

Uma das linhas de investigação e desenvolvimento na área da robótica que tem recebido maior atenção nos últimos anos é o desenvolvimento de robôs de inspiração biológica.

«Quer sejam robôs que usem pernas, asas ou barbatanas como meio de locomoção, a ideia passa por adquirir conhecimento dos seres biológicos, cuja evolução se deu ao longo de milhões de anos, e aproveitar o conhecimento assim adquirido para implementar os mesmos métodos de locomoção, ou pelo menos usar a inspiração biológica, nas máquinas que desenvolvemos. Crê-se que desta forma se conseguirão desenvolver máquinas com capacidades próximas das dos seres biológicos em termos de capacidades de locomoção e eficiência energética», refere Manuel Silva, docente do ISEP.

Com este enquadramento, José Augusto Moreira da Silva foi desafiado a desenvolver um estudo sobre locomoção robótica de inspiração biológica no âmbito do mestrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores.

«Pretendia-se com este projeto desenvolver um robô nadador de inspiração biológica, ou seja um robô que se baseie em movimentos ondulatórios do corpo e/ou no movimento de barbatanas (tal como um peixe) para se deslocar», refere Manuel Silva, docente que coorientou a dissertação.

«Inicialmente foi realizado um estudo sobre a locomoção dos peixes, para perceber a sua forma de se movimentar. Foi ainda efetuado um estudo acerca dos robôs nadadores existentes, de forma a verificar a sua constituição e formas de locomoção. Numa fase inicial foi projetado um protótipo e, de seguida, procedeu-se à implementação do robô de uma forma sequencial. Implementou-se a sua estrutura, com o objetivo de se assemelhar o mais possível a um peixe, sendo a locomoção assegurada pelas barbatanas peitorais e caudal», completa o docente do ISEP.

No âmbito deste projeto foram utilizados servomotores para a locomoção do robô, de modo a possibilitar o movimento numa determinada direção e orientando-se através de uma bússola digital. Posteriormente, foi também introduzido um emissor/recetor de radiofrequência e testada a locomoção do robô.

«Nos ensaios realizados no tanque de testes disponível no ISEP e na Piscina Municipal de Espinho verificou-se que o robô conseguiu nadar com estabilidade e com sentido de direção».

Olhando a este «projeto inovador», Manuel Silva aponta as potencialidades que desvenda às empresas/sociedade: «veículos baseados em protótipos deste tipo podem ser utilizados em tarefas de inspecção e monitorização subaquáticas, com maior manobrabilidade e eficiência energética face aos veículos submarinos disponíveis nos dias de hoje.»

A dissertação de José Silva foi desenvolvido sob a orientação de Manuel Silva e Ramiro Barbosa para o ramo de Automação e Sistemas, tendo sido avaliado em 16 valores. Atualmente, o mestre José Silva encontra-se a trabalhar como engenheiro eletrotécnico, na empresa SN Maia – Siderurgia Nacional SA.

O mestrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores apresenta quatro áreas de especialização: Automação e Sistemas; Sistemas Autónomos; Sistemas e Planeamento Industrial; Telecomunicações.

+INFO: DEE