No próximo dia 18 de junho, pelas 16h, vai decorrer uma sessão dos ISEP Webinars, organizada pelo Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP).
Este seminário, apresentado por Maria de Fátima Lambert, tem como tema “Heritage in AI mode: Museums activating Memory Axes”.
Para aceder ao seminário, pode clicar aqui.
Resumo
No âmbito das teorias da cultura, observa-se que as preocupações dos responsáveis pelas instituições museológicas se associam a objetivos sucessivamente atualizados. A relação entre as obras e o público revela-se relevante, orientada por argumentos provenientes de diversos setores e sistemas teóricos. Contudo, o acesso a plataformas digitais proporciona uma maior acessibilidade aos produtos artísticos, reconfigurando, assim, a noção de “posse estética” por parte de diletantes e investigadores.
- O público com acesso às obras de arte tenderá a aumentar, parafraseando a terminologia de Walter Benjamin sobre a “reprodução tecnológica e digital”, o que reformula a questão no contexto das plataformas digitais baseadas em IA.
- A popularização e a facilidade de reprodução de imagens/obras reposicionam o problema analisado por André Malraux no seu Museu Imaginário, conferindo-lhe novos significados na atualidade. O espectador/leitor que gera imagens em plataformas de IA adquire um novo grau de familiaridade com as imagens estéticas, sendo capaz de manipular a própria imaginação através da natureza e das características da “reprodução/conversão” operada pela IA.
- E quanto ao Património Cultural reconhecível pelo público? Por vezes, nomes e obras são esquecidos ou, talvez, omitidos, apagados dos Estudos Historiográficos da Arte e dos Museus. Por exemplo: Portugal possui uma rica história de escritoras e pintoras cujos contributos foram frequentemente ofuscados pelos seus homólogos masculinos. Poderá a IA ajudar-nos a reconstruir um arquivo de figuras esquecidas?
Bio
Maria de Fátima Lambert é Licenciada em Filosofia (1982), Mestre em Filosofia/Estética (1986) e Doutorada em Estética/Filosofia pela Faculdade de Filosofia de Braga da Universidade Católica Portuguesa (1998). Realizou investigação pós-doutoral, com bolsa da FCT, no âmbito do projeto Escrever e Ver (2000-2004).
É Professora Coordenadora na área da Estética e Educação na Escola Superior de Educação do Politécnico do Porto, onde prestou provas públicas com a lição intitulada “Filosofia e Iconografia do Corpo” (2000). Na ESE, coordena a Licenciatura em Gestão do Património e o Mestrado em Património, Artes e Turismo Cultural. Desde 2023, integra a direção do Centro de Cultura do Politécnico do Porto. É investigadora integrada no Centro de Investigação e Inovação em Educação – InED (FCT)/ESE-P. Porto, instituição que também dirigiu. As suas linhas de investigação incidem sobre: Educação Estética e Arte Contemporânea; [In]visibilidade das mulheres na história – pensamento, obra e ação; Viajantes e artistas: poéticas georreferenciadas e estéticas autorais – do século XVII ao século XX; Paisagem, Viagem e Utopia; Escrita, Imagem e Performance – intermedia. É crítica de arte (AICA) e curadora independente, com especial enfoque na apresentação de artistas portugueses e brasileiros, em particular a partir de perspetivas dos estudos decoloniais e feministas. É membro de plataformas internacionais como a ENCATC, ELIA e SEyTA (Espanha), integrando também diversos conselhos editoriais, científicos e de avaliação por pares.
